- 29 de julho de 2019
“ os jovens são convidados continuamente a realizar escolhas que norteiam a sua existência; expressam o desejo de serem ouvidos, reconhecidos, acompanhados.” ( Doc. final Sínodo sobre a juventude, fé e o discernimento vocacional).
Estamos mais uma vez nos aproximando do mês de agosto, mês este que a Igreja do Brasil dedica a reflexão sobre as vocações. Falar de vocação é falar de vida, de escolhas, de projeto de vida, de sonhos, utopias e por que não dizer, falar do mistério e das buscas cotidianas que envolvem o ser humano.
Num mundo marcado pela rapidez e o acumulo de informações que recebemos a cada segundo acaba se tornando estafante encontrar tempo para digerir, refletir tudo que vemos e ouvimos, no entanto estamos nos deparando com uma geração de pessoas frágeis e sem muito sentido na vida, sem saber quem são e, onde estão e onde esperam chegar. Qual a sua razão de viver, sua missão de vida?
O Documento final do sínodo sobre a juventude, fé e o discernimento vocacional, nos diz: “os jovens são convidados continuamente a realizar escolhas que norteiam a sua existência; expressam o desejo de serem ouvidos, reconhecidos, acompanhados.” Para que os jovens de fato consigam fazer escolhas significativas na vida é necessário que nós adultos consigamos garantir a eles três passos fundamentais:
1º Passo: serem escutados, onde estão com suas histórias de fracassos, frustrações e alegrias. Esta escuta requer acolhida, liberdade interior e capacidade para estar no caminho, nos becos, praças e vielas por eles habitados.
2º passo: os jovens querem ser reconhecidos, ou seja, querem ser vistos. Como fazer animação vocacional sem darmos visibilidade aos jovens? Como ajudar alguém nas suas escolhas se não a conhecemos?
3º passo: lembrarmos que é um direito do jovem ser acompanhados e é um dever dos adultos acompanha-los. Não se é possível fazer escolhas e discernimento se não se tem alguém para fazer junto este processo.
Pensar o mês de agosto como mês vocacional é um tempo importante para percorrermos estes passos em nosso agir missionário e pastoral. Qual a importância que estamos dando para este processo de escutar, visibilizar os jovens e acompanha-los? Qual o tempo e investimentos que estamos dedicando? Será que está faltando vocações ou está faltando processos e itinerários para dinamizar esta cultura em nossas comunidades e agir pastoral e missionário?
Que este mês de agosto, não seja apenas mais um mês e sim seja um tempo propício para nos colocarmos a caminho, ajudando aqueles e aquelas que estão buscando fazer as suas escolhas, para encontrarem um sentido para suas vidas. Que esse tempo também nos leve a revisitarmos nossos projetos de vida e resignificarmos nossas escolhas manifestando assim a alegria de sermos pessoas felizes e realizadas nas escolhas que fizemos. Que aprendamos de Jesus ressuscitado a irmos sempre ao encontro dos vocacionados e vocacionadas, os ajudando a fazerem a releitura de suas vidas e a retomarem suas escolhas com alegria, apesar dos fracassos e frustrações que as vezes ofuscam o desejo que ardia no coração.
Sejamos aqueles e aquelas que acompanham de longe e de perto, ajudando o vocacionado e a vocacionada a perceber que a ausência do mestre Jesus em nossas vidas causa tristeza, frustração e afastamento do convívio com os demais. Sejamos pessoas que caminha no itinerário do outro e não aquelas que levam o seu itinerário pronto para que o vocacionado e a vocacionada se adeque.
Jesus ressuscitado nos ensina muito bem fazer este caminho, pois Ele já havia feito o seu itinerário, já havia experimentado as consequências da sua escolha, já havia vivenciado o seu projeto de vida, por isso, está pronto para ir ao encontro dos que ainda estavam indecisos e perdidos nas suas buscas.
Refletir e rezar o mês vocacional é tomar a nossa vida nas mãos e permitir que o Senhor nos ajude, a cada dia de novo, reafirmar a nossa escolha e nos colocarmos a caminho para sermos setas na vida de quem ainda esta buscando discernir e fazer a sua escolha.
Ir. Maria Couto - MSNM