- 9 de junho de 2019
No Pentecostes permanente da Igreja está Maria, a fiel a Deus. "Na base daquilo que a Igreja é desde o começo, daquilo que deve ser constantemente através das gerações, em meio a todas as nações da Terra; se encontra a que acreditou que se cumpririam as coisas que lhe foram ditas pelo Senhor" (RM, 27).
Nesse tempo de espera, Maria, por meio da mesma fé que a fez bem-aventurada, está presente na missão e na obra da Igreja que introduz no mundo o Reino de seu Filho.
É importante ressaltar que Maria está presente na Igreja, sobretudo como aquela que acreditou (RM, 25).
A fé de Maria é fé-germe, que germinou nas admiráveis expressões históricas da fé da Igreja. A presença de Maria é sempre fundamento de fé, referência indiscutível para o testemunho único de toda a existência de Jesus.
Com o mistério da assunção aos céus, realizaram-se definitivamente em Maria todos os efeitos da mediação de Cristo redentor do mundo e Senhor ressuscitado: todos viverão em Cristo, mas cada qual em sua ordem: primeiro Cristo e, em seguida, os que forem de Cristo. Maria foi a fiel por excelência.
"Maria foi, para a Igreja de então e de sempre, uma testemunha singular dos anos de infância de Jesus e de sua vida oculta em Nazaré, quando conservava cuidadosamente todas as coisas em seu coração" (RM, 26). O testemunho de Maria dentro da comunidade dos "irmãos" avalizava sua fé na encarnação do filho de Deus. "A Igreja, desde o primeiro momento, contemplou Maria através de Jesus, como olhou Jesus através de Maria" (RM, 26).
Maria era para os primeiros fiéis, a grande oportunidade de conhecer mais intimamente a Jesus. Ela, por si só, era um Evangelho vivo. Maria era um acesso privilegiado a Jesus. Por seus olhos haviam passado toda a sua história. Seus ouvidos haviam ouvido todas as suas palavras. Nenhum ser humano havia estado mais próximo de Jesus. Se toda a sua capacidade de maternidade já se havia esgotado em seu filho Jesus, Maria era uma palavra permanente sobre Jesus.
Há portanto, confluência entre o caminho de Maria e o caminho da Igreja, o tempo de Maria e o tempo da Igreja. É outra forma de nos aproximarmos da "verdade de Maria".
O caminho da fé de Maria conflui historicamente com o caminho da fé da Igreja no dia de Pentecostes. "O Espírito Santo já tinha descido sobre ela que acolhendo o Verbo do Deus, abandona-se plenamente Nele por meio da obediência da fé. O caminho da fé de Maria, a qual vemos orando no cenáculo em comunhão com os Apóstolos, é portanto mais longo do que o dos demais ali reunidos: Maria os precede, caminha diante deles e presencia o testemunho que Pedro e os demais apóstolos dão de Cristo crucificado e ressuscitado" (RM, 26). Maria está presente no eterno Pentecostes da Igreja como mãe e como intercessora.
Portanto, a Igreja, desde o primeiro momento, contemplou Maria através de Jesus, como olhou Jesus através de Maria.
Que Maria, mãe da Igreja e esposa do Espírito Santo, interceda por nós.
Irmã Maria Helena Teixeira - MSNM