ASSUNÇÃO DE MARIA E O DIA DA VIDA RELIGIOSA CONSAGRADA

No terceiro domingo de agosto, a Igreja lembra, dentro da vivência do Mês Vocacional, a vocação dos religiosos e religiosas. Muito cheio de significado para essa vocação o fato de celebrar nesse dia Aquela que foi totalmente consagrada ao desígnio divino: a Mãe de Jesus é a perfeita correspondência aos planos de Deus, manifestação de sua bondade, misericórdia e ternura.

A Vida Religiosa Consagrada dá para a Igreja o grande testemunho de uma consagração que deve estar sempre a serviço dos outros. Temos como grande exemplo a Virgem de Nazaré e entendemos o que significa “consagrar-se” nos chamados Conselhos Evangélicos que são os votos de pobreza, castidade e obediência.

Não se trata de desprezo ou de fuga do mundo, mas de uma experiência de renúncia ao que é bom e agradável aos olhos de Deus, para a liberdade e para o anúncio da mensagem de salvação, que é, antes de tudo, vivência de uma comunhão ou de uma relação interpessoal: Deus e nós. A liberdade dos consagrados na Vida Religiosa Consagrada não significa áurea de superioridade em relação às outras vocações, especialmente à da vida matrimonial. Ela é a experiência de um serviço apostólico com a característica do celibato ou do voto de castidade. Enquanto a vocação matrimonial é a experiência de um serviço apostólico na partilha de vida e de amor dos cônjuges. Assim, vemos a beleza e a criatividade carismática do Espírito Santo na condução e na construção da Igreja.

A relação do dogma da Assunção de Nossa Senhora com a vocação à Vida Religiosa Consagrada, deve ser sempre apresentada tendo em vista que é uma relação que acontece com toda a realidade da fé. O que significa, para nós, este mistério da fé? Antes de tudo o seguinte: quando queremos expressar, falando de Maria, a consumação de sua glória, não podemos dizer algo distinto do que confessamos de nós, como nossa mais firme esperança, a ressureição da carne e a vida eterna. Não se trata, portanto, de proclamar a Assunção de Nossa Senhora e pensar que nós não estamos no mesmo plano salvífico. Pelo contrário, essa é a mensagem do Evangelho: nós fomos criados à imagem do Filho de Deus (cf. Gn 1,26-27 e sua relação com Cl 1,15), somos destinados à comunhão-relação com o Deus Uno e Trino, configurados ao evento da vida do Filho que se fez homem, e conduzidos à plena consumação de nossa vida em Deus, Aquele que é “um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos” (Ef 4,6).

Ao celebrarmos hoje, a Assunção de Nossa Senhora tenhamos bem presente o que a Liturgia da Igreja declara: “Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela, a Virgem Maria, Mãe de Deus é o modelo para que tenhamos a mesma  esperança", isso está fundamentado no ensinamento de São Paulo: “De fato, os que ele conheceu desde sempre, também os predestinou a se configurarem com a imagem de seu Filho… e os que predestinou, também os chamou; e os que chamou, também os justificou; e os que justificou, também os glorificou” (Rm 8,29-30).

Que Deus dê a todos nós consagrados e consagradas a graça da fidelidade incondicional e, que nosso testemunho atraia mais vocações para a Igreja.

Ir. M. Helena Teixeira - Provincial MSNM

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