Na Sagrada Escritura, vemos três momentos
importantes simbolizados pelo número 40. O primeiro deles ocorre no livro
de Jonas, quando o profeta é enviado à cidade de Nínive para pregar-lhes
a conversão. Se não mudassem de vida, Deus destruiria a cidade.
Mas a história tem um final feliz: os ninivitas passam esses dias jejuando
e rezando, e se convertem, salvando-se da cólera divina.
Outro episódio ocorre com o povo hebreu, que é condenado a passar 40 anos
vagando pelo deserto, por não ter confiado em Deus e em sua promessa da Terra
Prometida, entregando-se à idolatria. Sua geração é condenada a vagar para
se converter.
E, por fim, chegamos a outro deserto: Nosso Senhor também passa 40
dias no deserto, jejuando e orando, antes de iniciar sua vida pública.
Estes 40 dias de Quaresma são um momento de profunda conversão.
Sendo assim, o que iniciamos nesta Quarta-feira de cinzas é este tempo
especial, um tempo de graça em que Deus nos chama a deixar para trás o que
é velho, para abraçar o Novo em nossa vida e missão.
Na prática, isso significa que toda a Igreja, unida, se coloca em oração até o
Domingo de Ramos, dia em que inicia a Semana Santa e que culminará, para nossa
felicidade eterna, na Páscoa de Nosso Senhor.
Como viver bem a Quaresma?
Nesses 40 dias, a Igreja nos propõe algumas práticas para viver melhor esse
tempo. Podemos estabelecer 3 pilares essenciais: a oração, o jejum, e a
caridade.
Na oração, buscamos a Deus e nos colocamos em diálogo com Ele, abertas à sua
vontade.
No jejum, oferecemos sacrifícios corporais, oferecemos as dificuldades diárias
para educar a nossa vontade, rumo a conversão do coração.
Na caridade, ao praticar gestos concretos com nosso
próximo, com nossa coirmã, colocamos em prática aquilo que aprendemos de Jesus:
nos colocamos a serviço do outro para amar e servir.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou,
nesta Quarta-feira de Cinzas, 22 de fevereiro, a Campanha da Fraternidade de
2023, com o tema: “Fraternidade e fome”, juntamente com o lema “Dai-lhes vós
mesmo de comer” (Mt 14,16), incentivando assim nossas comunidades a assumirem
suas responsabilidades ante a situação da fome que persiste no Brasil, a
exemplo do Mestre Jesus.
Jesus diz aos seus apóstolos “Dai-lhes vós mesmos de
comer” (Mt 14, 16) Este apelo é dirigido a todos nós, seus discípulos, para que
partilhemos — do muito ou do pouco que temos — com os nossos irmãos que nem
sequer tem com que saciar a própria fome. Sabemos que indo ao encontro das
necessidades daqueles que passam fome, saciaremos o próprio Senhor Jesus, que
se identifica com os mais pobres e famintos: “eu estava com fome, e me destes
de comer... todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são
meus irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25, 35.40).
Sejamos solidários e fraternos!
Ir. M. Helena Teixeira - Provincial MSNM
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