OUTUBRO – MÊS MISSIONÁRIO

   Para quem você anda? (Martin Buber)

História de Martin Buber

Em Ropschitz, cidade do mestre Naftalí, os ricos, cujas casas estavam no fim do lugarejo ou sem vizinhos, acostumavam contratar pessoas, que de noite vigiavam sobre a sua propriedade. Quando o mestre Naftalí, em uma noite, muito tarde, andou na beira do mato, encontrou com um desses vigias, que andava para lá e para cá. Para quem você anda? Perguntou o mestre. O vigia deu a resposta, mas acrescentou uma pergunta: E você, mestre, para quem andas? Esta pergunta foi para o mestre como uma flechada. “Ainda não ando para ninguém”, ele respondeu penoso e depois andou por muito tempo silenciosamente ao lado do homem para lá e para cá. Você quer ser meu servo? Perguntou enfim. “Com gosto”, respondeu o vigia. “Mas o que devo fazer?” “lembrar-me”, disse o mestre Naftalí.


Interiorização reflexiva e mês missionário:

Quando nos deparamos com histórias como esta do mestre Naftalí, parece que nossa mente se abre para olharmos com objetividade o que de fato tem sentido no nosso caminhar. Para quem ando? Podemos dizer: ando para Deus, para o encontro da vida, ando fazendo o bem. E neste caminhar há luzes e sombras, dores e alegrias, sonhos e ilusões, fortalezas e fragilidades.

O importante é continuar na caminhada e nas descobertas, como bem dizia Dom Helder Câmara que, “missão é partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos fecha no nosso eu. É parar de dar volta ao redor de nós mesmos como se fôssemos o centro do mundo e da vida.   É não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos: a humanidade é maior. Missão é sempre partir, mas não devorar quilômetros. É, sobretudo abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los. E, se para encontrá-los e amá-los é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então missão é partir até os confins do mundo.”

Neste mês de outubro/2020, mês missionário, o tema escolhido “A vida é missão” e o lema “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8) irão nos ajudar no crescimento da consciência missionária. Ser discípulo missionário está além de cumprir tarefas ou fazer coisas. O Papa Francisco lembra que “a missão no coração do povo não é uma parte da minha vida, ou ornamento a ser posto de lado. É algo que não posso arrancar do meu coração” (Alegria do Evangelho, 27).

Sabemos que a vida é o bem fundamental e básico em relação a todos os demais bens e valores da pessoa. Para a ética, a vida é um bem, mais que um valor. Deus, ao contemplar a criação, “viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).

Todo missionário(a), é convidado a educar o olhar sobre as realidades de dor e, sobretudo, saber contemplar o belo, como fazia São Francisco de Assis, encantando-se com as criaturas presentes pelo caminho. Por isso, nós cristãos somos convidados a defender e cuidar da vida em todas as suas dimensões. Jesus de Nazaré definiu sua ação no mundo como o Divino Cuidador: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo10,10). Esse também deve ser o compromisso de todos os missionários e missionárias, pois a vida é missão. E aí sim tem sentido o nosso caminhar!

(organizado pela Irmã M. Zilda Parteka – MSNM)

 

Oração do Mês Missionário

Deus Pai, Filho e Espírito Santo, fonte transbordante da missão, ajuda-nos a compreender que a vida é missão, dom e compromisso. Que Maria, nossa intercessora na cidade, no campo, na Amazônia e em toda parte, ajude, cada um de nós, a ser testemunhas proféticas do Evangelho, numa Igreja sinodal e em estado permanente de missão. Eis-me aqui, Senhor, envia-me! Amém.


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