VIDA RELIGIOSA E SINODALIDADE


A origem da Vida Consagrada está no seguimento de Jesus Cristo a partir da profissão pública dos conselhos evangélicos. A referência vital e apostólica são os carismas de fundação. Sua função consiste em dar testemunho de santidade e do radicalismo das bem-aventuranças, na total disponibilidade e testemunho de vida, levando a todos o valor da vocação cristã. Os religiosos são sinais visíveis do absoluto de Deus, através do sinal de Jesus Cristo histórico pobre, casto e obediente.

A Vida Religiosa Consagrada nasce em e para a Igreja. Nasce de sua vitalidade intrínseca, como expressão máxima de si mesma, como sua radiografia ou seu substrato mais profundo. Por isso, a Vida Religiosa não é algo marginal à Igreja, ela expressa-se em sua pureza total, naquilo que é e naquilo que tende a ser.

A razão de ser dos Institutos Religiosos é a vida e a santidade da Igreja. A essa vida e a essa santidade pertence, de forma impostergável.

De acordo com o Concílio, a Vida Religiosa tem como missão expressar visível e socialmente a santidade da Igreja. Por isso, é assim definida: “pela profissão exterior da santidade cristã, afirma que não supera os compromissos do batismo, mas é sua complementação total e perfeita na Igreja, professando publicamente os Conselhos Evangélicos para viver e testemunhar o que há de mais substancial na essência da Igreja” (Lumen Gentium, 44).

A Vida Consagrada, em suas diversas formas, tanto apostólica, como contemplativa e monástica, é evangelizadora pela sua própria existência. A Vida Consagrada é sinodal e evangeliza na medida em que vive radicalmente a experiência cristã e testemunha a entrega total no seguimento de Cristo. Sua força pastoral vem, sobretudo, do fato de ser expressão do seguimento de Cristo no meio do Povo de Deus.

Todo religioso deve sentir com a Igreja, imbuir-se dos seus problemas, estar a par de suas necessidades, trabalhar fervorosamente no seu serviço e palmilhar suas orientações. Tal empenho é uma exigência prioritária do ser religioso, de sua consagração e sinodalidade, que o engaja no íntimo mistério da Igreja.

A presença dos consagrados e consagradas na Diocese e suas comunidades é significativa e imprescindível, pelo que são e pela missão nos diferentes campos pastorais. Os religiosos e as religiosas encontram sempre novas maneiras de viver em comunidades e de animar as comunidades eclesiais e as pastorais específicas. Ou seja, em tudo, a Vida Consagrada tem aprofundado sua consagração a Deus na vivência dos conselhos evangélicos em vista da construção do Reino.

Os religiosos estão a serviço do Povo de Deus por meio da oração, da missão, da educação e de tantas outras obras de caridade. Com sua vocação, os religiosos demonstram que o Evangelho é plenamente possível  ser vivido, mesmo em um mundo excessivamente material e consumista. São sinais do amor de Deus e da entrega que fazem ao Senhor.

A Vida Religiosa é manifestação permanente e social da vitalidade intrínseca da Igreja, de sua inquebrantável fé em Cristo e nos bens futuros do Reino Consumado. Somente em Cristo, sua Pessoa, sua Palavra, sua Vida e sua Mensagem é que a Vida Religiosa tem sentido.

A Vida Consagrada, particularmente a vida contemplativa, é o pulmão da vida diocesana, porque sem oração não há evangelização.

Os carismas e a sua constelação, a partir do dom do Espírito, existem para testemunhar e ser sinal de bênção na Igreja e no mundo.

Na Arquidiocese de Maringá, os religiosos sempre foram acolhidos, valorizados e ajudados dentro do seu leque de carismas a serviço do povo de Deus nesta porção da Igreja.

Em 1952 chegou a primeira Congregação, Irmãs Carmelitas de Vedruna, seguida pelos Irmãos da Misericórdia de Maria Auxiliadora, os Padres Jesuítas (não mais na Diocese), as Irmãs Missionárias do Santo Nome de Maria, Irmãs Vicentinas (até pouco tempo atuando nas obras de caridade da Diocese), Murialdinas, Religiosas da Instrução Cristã, Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, Irmãs Batistinas, Passionistas de Paulo da Cruz, Santos Anjos Custódios, Franciscanas da Sagrada Família, Irmãzinhas da Imaculada Conceição, Congregação das Irmãs Filhas de Sant’Ana, Sociedade do Apostolado Católico, Padres Cavanis, Irmãos Maristas, Sociedade dos Sacerdotes de São Tiago e Fraternidade São Francisco de Assis. Ao longo de quase 70 anos essas Congregações e Institutos  enriqueceram e enriquecem a Diocese com o testemunho de vida,  sinodalidade e dedicação em diversas áreas de ação, tais como: Educação, saúde, catequese, promoção humana e espiritualidade. Assim nasceram em terras maringaenses e região, Hospitais, Colégios, Centros de Espiritualidade, Casas de Formação, Creches, Albergue, Centro Social, Lar de Idosos e Comunidades Inseridas e Evangelizadoras.

Os religiosos deste núcleo (CRB), presentes e atuante na Diocese, sempre foram muito organizados e irmanados, com um verdadeiro testemunho de sinodalidade entre si e em todas as regiões pastorais da Diocese.

O caminho sinodal da Igreja desde o Concílio até hoje, envolveu sobretudo a Igreja latino-americana com suas Conferências Episcopais e, a Igreja no Brasil, com as suas Assembleias Gerais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A Arquidiocese e a Vida Consagrada mostram o “caminhar juntos”, em comunhão, conversão e renovação missionária.

O caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja particular de Maringá com o testemunho e a ação concreta da Vida Consagrada, na fidelidade criativa, porque a sinodalidade, corretamente entendida e praticada, expressa e atualiza a natureza e a missão mais autêntica e profunda da Igreja e da Vida Religiosa na história.                  

Efetivamente, a dimensão constitutiva da Igreja é um fato que evidencia a sinodalidade explicitamente, como práxis da vida da comunidade cristã desde suas origens, com diferentes declinações ao longo dos séculos, até chegar a nós.

Pedimos a Deus, que é Trindade, que é “Sinodalidade”, que conceda boas e santas vocações à Vida Religiosa Consagrada, para que continuem a ser sinal do amor trinitário na Igreja diocesana e sinodal de Maringá.

Nossa Senhora da Assunção, roga por nós e ajuda-nos a SER, para que o nosso FAZER seja místico e transformador.


Ir. M. Helena Teixeira - Provincial MSNM

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