HALLEL 2018

Despercebidos na multidão


No dia 30 de setembro aconteceu o Hallel Maringá 2018, gente de várias cidades vizinhas e distantes de nossa Arquidiocese circularam pelo espaço do Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro, de Maringá. O evento é bem diversificado em suas propostas de evangelização. Não é focado em um público específico. Nós, Irmãs Missionárias do Santo Nome de Maria, estivemos presente com as nossas Formandas, que a partir da proposta do Papa Francisco com o Sínodo da Juventude, buscaram através da arte apresentar aos jovens a importância deste momento para a vida da juventude.

Percebeu-se que a maioria dos jovens não tinham conhecimento do Sínodo que iria começar na semana seguinte, dia 03 de outubro. Muitos jovens passaram pelo nosso estande, porém não foi possível um contato maior devido ao barulho do som alto, não permitindo o diálogo e a escuta. Sabe-se que este evento não tem como foco a juventude, no entanto eles eram a maioria circulando por aquele espaço sem muita opção.

O sentimento que ficou: Eles passaram despercebidos no meio da multidão, mesmo sendo eles a maioria, pois, as coisas oferecidas pareciam não lhes chamar atenção. O som era alto e pouco se entendia então os meninos e meninas iam e viam como se tivessem procurando algo que não encontravam, alguns cruzavam a passarela e visitavam o Shopping que estava logo ao lado. Era um dia chuvoso sem muitas possibilidades de locomoção e assim os jovens passaram o dia perdidos na multidão, vieram de caravanas, deviam esperar seus ônibus e claro muitos participaram da Missa que foi bem divulgada pelo celebrante que a iria presidir.

Os jovens desejam ser acompanhados, poucos ouviram falar sobre Projeto de Vida. As drogas e a depressão vem sendo, para a grande maioria, a luta cotidiana. O sofrimento com a discriminação, o preconceito e a falta de dialogo nas famílias são realidades presentes na vida dos nossos jovens que buscam soluções e se perdem nas mesmas pois sozinhos não sabem caminhar. A fala de uma jovem foi: “é muito difícil não ser compreendida, não ter com quem contar, eu tento buscar força em Deus, mas as vezes parece que Ele também não me entende.”  O medo do suicídio é outra realidade que vem assustando e inquietando a juventude, ou melhor, os adolescentes. “Minha amiga de 13 anos se matou, isso é normal? Eu tenho medo, não sei como encarar essa situação, mas todos os dias preciso lutar para encontrar motivos e animo para viver, parece que nada tem graça, você entende?" Estas foram algumas das falas de uma rápida pesquisa que realizamos em nosso estande. Estão invisíveis no meio da multidão, alguns vieram no mesmo ônibus, na mesma caravana, mas ninguém conhece a sua dor e inquietude.

Dos mais de 200 adolescente e jovens que responderam as perguntas, somente 5 responderam  que são acompanhados em suas Comunidades Paroquiais, que ouviram  sobre Projeto de Vida, os demais disseram conversar com os pais quando é possível.  A realidade nos desafia a sermos Igreja em saída ao encontro da juventude pois, como canta o Pe. Zezinho “Um jovem, custa muito pouco, um pouco de muito amor.”

Ir. Maria Couto - MSNM